Por Barroso Guimarães
Hoje, o site Futebol Sergipano entrevista Baianinho, o meia que marcou época nos gramados sergipanos. Ele compartilha sua trajetória de alegrias e tristezas no futebol, desde os primeiros chutes em Salvador até os dias atuais. Vamos conhecer mais sobre sua história, carreira e perspectivas.
Futebol Sergipano: Como começou seu interesse pelo futebol?
Baianinho: O interesse pelo futebol veio desde pequeno. Eu gostava de jogar bola na rua, em Salvador, brincar de bola. Quando me mudei para Aracaju, jogava no time amador daqui. Um dia, o goleiro Jaime, que era da base do Sergipe, me levou para fazer o teste da peneira. Lá, encontrei Geraldão e fiz o treino. No final, ele disse que eu ficaria e continuei treinando.
Futebol Sergipano: Qual foi sua primeira oportunidade no futebol profissional?
Baianinho: Minha primeira oportunidade foi em 1987, quando o técnico Luiz Pondé estava no comando, e depois veio Fito Neves. Comecei a jogar e ele me deu a oportunidade. Já tinha jogado pelo Campeonato Nacional e meu primeiro gol foi em Maruim, de cabeça.
Futebol Sergipano: Como foi sua carreira após essa primeira oportunidade?
Baianinho: Em 1987, fomos campeões da Copa Valadares em cima do Vasco. Depois, joguei no Madureira do Rio, CRB, Atlético de Alagoinhas, e Linhares. Voltei para Mogi das Cruzes para jogar na Série D de São Paulo e fiquei por lá. Hoje, trabalho como operador de empilhadeira há 15 anos.
Futebol Sergipano: Você acha que estaria em uma situação melhor se jogasse futebol hoje?
Baianinho: Se estivesse no futebol hoje, acho que estaria bem melhor, porque os clubes raramente pagavam na minha época. Jogávamos por amor. Não me arrependo de nada, fiz tudo por amor à torcida do Sergipe, que respeito muito.
Futebol Sergipano: Como foi sua infância e início de vida?
Baianinho: Nasci em 6 de maio de 1967. Sempre fui feliz, tive muitos amigos no futebol. Hoje, estou bem, graças a Deus. Bato minha bolinha nos campeonatos amadores em São Paulo, o que me rende um dinheiro extra.
Futebol Sergipano: Você teve alguma decepção no futebol?
Baianinho: A maior tristeza foi a falta de valorização dos dirigentes do futebol sergipano. Fui pretendido pelo Sport e Vasco da Gama, mas o presidente do Sergipe não me liberou. Não me arrependo, mas poderia ter sido bom para minha carreira.
Futebol Sergipano: Quais jogadores você destaca da sua época?
Baianinho: Elenilson, Sandoval, Denilson, João José, Paulinho, e outros. Quando vou a Aracaju, ainda consigo falar com eles. Esses amigos são especiais para mim.
Futebol Sergipano: O que acha da situação atual do futebol sergipano?
Baianinho: Infelizmente, o futebol sergipano não tem estrutura e só valoriza quem vem de fora. Se não mudar, nunca chegará a uma Série A.
Futebol Sergipano: Como era a situação dos contratos de jogadores na sua época?
Baianinho: Na minha época, tínhamos “passe preso” e os valores eram altos, o que dificultava a transferência. Depois veio a Lei Pelé, que ajudou os jogadores a terem mais liberdade.
Futebol Sergipano: Como foi a influência de sua família na sua vida?
Baianinho: Minha mãe é de Salvador e meu pai de Itaporanga. Meu pai trouxe todos nós para cá e sou feliz por isso. Tenho orgulho de ser sergipano e da minha família de Itaporanga.
Futebol Sergipano: Qual foi sua maior alegria no futebol?
Baianinho: Minha maior alegria foi entrar em campo no clássico Sergipe x Confiança, com a torcida gritando meu nome. Sempre tive sorte contra o Confiança e fazia gols. Outra alegria foi meu irmão, que sempre entrava em campo comigo, embora tenha falecido.
Futebol Sergipano: Teve alguma oportunidade internacional?
Baianinho: Sim, Edmilson, que hoje é treinador do Sergipe, tentou me levar para Portugal, mas minha mãe e o Sergipe não deixaram. Hoje em dia, os jogadores estão mais protegidos com empresários e contratos.