Por Adailson Cruz
Os meandros do futebol são misteriosos e intrigantes. Apesar de ser uma atividade particular, não deixa de ter o dedo do poder público. E a política entronizada no futebol causa uma confusão na cabeça de todos, inclusive, na imprensa esportiva que contextualiza o futebol como algo pelo qual o estado tem decisão. Essa associação tem relação em virtude da participação do governo, seja ele em que esfera for, quando do investimento no futebol.
Se o estado tem plena participação no “evento da massa”, a massa deveria ser privilegiada com benefícios, afinal, a massa é o contribuinte principal, seja de forma direta com a compra de ingressos, camisas, transporte, lanche… como com a participação indireta que é a contribuição do governo, da qual o contribuinte também paga.
Sempre o contribuinte está pagando para poucos ostentarem com essa contribuição. São bilhões gastos durante o ano, e essa divisão desequilibrada de lucros privilegia alguns poucos, enquanto a grande multidão que tem o futebol como paixão, continua contribuindo mais e mais. E as mazelas criadas pelos políticos envolvidos com os dirigentes são colocadas de largo, deixando o futebol cada vez mais sujo.
Sendo assim, a seleção que não é nossa, que nunca foi e nem será nossa, mas de uma entidade particular, usa as cores da nossa pátria para continuar ludibriando os apaixonados.
Agora, não há como negar que o futebol traz divisas financeiras, mexe com a economia, e muito! O futebol emprega muita gente. Há uma cadeia econômica e financeira que o futebol alimenta: malha rodoviária, aviação, rede hoteleira, restaurantes… Os bens e serviços que giram a economia do país, também passam pelo universo do futebol.
O grande problema não é o futebol em si, mas as manobras que fazem com que o futebol seja mal visto se tornando um alvo de investigações e polêmicas.