O Instituto Médico Legal de Arapiraca, informou que Grazyele Junqueiro, uma mulher trans de 38 anos que havia sido espancada brutalmente dentro de sua própria casa em Santana do Ipanema, morreu na manhã desta segunda-feira (10), após uma semana internada no Hospital de Emergência do Agreste.
Segundo informação confirmada pelo portal CanalDN, Familiares dela estiveram no IML de Arapiraca para os procedimentos legais. Duas irmãs, um irmão e a esposa de um tio dela chegaram pela manhã a Arapiraca, na expectativa de visitá-la no hospital e, ao chegarem, foram informados que Grazy, como era mais conhecida, teve uma piora no quadro de saúde e morreu.
A mulher trans, que era funcionária pública e trabalhava como auxiliar de serviços gerais em uma unidade de saúde no bairro Lajedo Grande, estava em coma e apresentava graves lesões cerebrais, além de outros ferimentos pelo corpo.
O velório está previsto para iniciar na noite desta segunda, na central de velórios Santo Antônio, em Santana do Ipanema, e o sepultamento está previsto para às 16h de terça (11) no cemitério Santa Sofia.
Entenda o caso
Grazy foi encontrada ferida dentro da casa onde morava, ao lado da UBS de Lajedo Grande, por colegas que estranharam a sua ausência no trabalho, no dia 03 de julho.
A Policia Militar e o Samu foram acionados e a servidora pública foi socorrida em estado grave para o Hospital Clodolfo Rodrigues e em seguida foi transferida para o Hospital de Emergência do Agreste, em decorrência dos ferimentos.
Familiares contaram ao portal CanalDN.com.br, que Grazy foi brutalmente torturada. Além de ser espancada e atacada com um martelo, ela teve o rosto queimado com uma faca quente.
Mais sobre o caso e a versão de dois dos acusados detidos
O primeiro preso foi Kaíke Silvio dos Santos, 20 anos, que foi encontrado tentando revender o celular da vítima.
Kaíke confessou ter cometido a agressão com mais duas pessoas. A motivação do crime foi uma dívida que Grazy tinha com ele no valor de R$ 900.
Ele contou para a polícia que recebia dinheiro para manter relacões sexuais com a vítima e que, na noite de domingo (02) soube que ela supostamente teria promovido uma “rifa”, e então teria resolvido cobrar a dívida, na companhia de outros dois homens. Ao chegar à residência, eles discutiram e em seguida agrediram a servidora pública.
Depois a polícia conseguiu prender o segundo envolvido, identificado como Genilson de Melo Viana, 30, que tem passagem pela polícia por um homicídio ocorrido em 2015. Ele foi detido com uma sacola de roupa enquanto se preparava para fugir da cidade. O preso afirmou que Kaíke prometeu lhe pagar R$ 100 se fosse com ele até a casa de Grazy para cobrar a dívida.
Os dois tiveram prisão preventiva decretada pela 3ª Vara Criminal de Santana do Ipanema. Com a morte de Grazy, eles passam a responder pelo crime de homicídio.
Parente rebateu a versão dos acusados de pediu a prisão de um terceiro envolvido.
Falando ao portal CanalDN.com.br, um dos parentes afirmou que a versão dada pelos acusados não trás a realidade dos fatos.
“Na verdade, eles de forma muito covarde entraram na casa para roubar e acabaram matando ela por pura crueldade. Não acreditamos nessa versão que eles afirmaram que ela devia dinheiro a eles. Como é que alguém vai cobrar uma dívida e acaba fazendo aquilo ? Eles agrediram com martelo, queimarão rosto dela, machucaram toda. Eles são ladrões e fizeram tudo por que queriam roubar e não acharam dinheiro e fizeram aquilo com ela. Infelizmente ainda tem outro que fugiu, mas a gente espera que a justiça de Deus seja feita” Disse um parente.